20 de setembro de 2010

Adaptações

Eis uma das minhas motivações para ler livros! Para dizer a verdade, até há uns 8 ou 9 anos atrás, pouco me dava conta de filmes ou séries serem adaptações de livros ou que havia livros que tinham começado por ser guiões de filmes. Acho que só realmente me dei conta de tal com o advento da internet em minha casa, que é sem dúvida o maior meio de divulgação nos dias de hoje, de filmes que se encontram em produção e prontos a estrear, e com a adaptação ao grande ecrã de livros como O Senhor dos Anéis e Harry Potter, livros que já há algum tempo namorava nas livrarias ou tinha, de facto, lido. Agora, e quem segue este meu cantinho há algum tempo já deve ter percebido, que gosto de ver as adaptações dos livros que leio ou vice-versa.

Tento na maior parte das vezes ler primeiro o livro, mas nem sempre tal acontece. Com o Stardust, por exemplo, calhou ver primeiro o filme, que achei hilariante, e foi isso que me levou ao livro. Este decepcionou um pouco, sobretudo por personagens de que gostei não estarem tão presentes e o final ter sido diferente. Já houve situações em que adorei o livro mas a adaptação ficou aquém. Esta, aliás, parece ser a opinião da maioria: as adaptações parecem perder quase sempre para a versão literária. Bem, não me admira...

A palavra escrita é entendida por cada um de forma diferente e toca cada leitor de inúmeras maneiras, é uma experiência que se vive quase sempre só e dependendo do espírito do leitor pode mudar a sua percepção do mundo. Com os filmes acontece o mesmo, se bem que a experiência é dividida com mais pessoas numa sala de cinema ou em casa, mas para além disso, a leitura parece permitir um escape maior à realidade do que os filmes, ou pelo menos assim me parece. Entro mais depressa no mundo de um livro do que num filme. Nos livros as personagens são mais desenvolvidas, a história vai-se desenrolando aos poucos, os pequenos detalhes parecem tomar outras dimensões e o único limite é a nossa imaginação. As adaptações têm um limite de tempo e de espaço, por vezes parece ficar muito para contar para além de representar a visão de outra pessoa e não a nossa. Mas há adaptações bem feitas e podemos gostar delas se as acolhermos como uma outra obra e não a representação daquela que lemos antes.

Adoro adaptações, dão-me a conhecer livros que ainda não li e, quem sabe, nunca vou ler, e dão-me a conhecer o que outros viram no livro que li. Posso nem sempre concordar com tal visão, mas não deixa de ser interessante e válida, aliás como acontece com tudo o que é opinião. :P

Mas isto tudo porquê? Porque estou ansiosa para ver duas adaptações! Para começar, li críticas muito boas ao livro Os Pilares da Terra, de Ken Follett e saber que estavam a realizar uma mini-série, está claro, aguçou-me a curiosidade. Se há coisa que me fascina é como conseguiram, as civilizações anteriores, erguer tão magníficas obras de construção, neste caso as catedrais. Um romance que se debruça sobre tal tema só me podia interessar. Eu nem só grande adepta de tais construções, não sei porquê mas edifícios religiosos oprimem-me e apesar de muitos serem belíssimos, prefiro sempre apreciá-los do exterior. No entanto, e tendo lido apenas cerca de 80 páginas, já me sinto tentada a mudar de opinião e de olhar para elas de maneira diferente. Só me resta tentar ler os livros antes da série estrear no AXN, se bem que talvez até fosse uma ideia interessante acompanhar a série com o livro (tentei fazer isto ao ler North and South da Elizabeth Gaskell e até estava a gostar, mas infelizmente tenho menos tempo, ou disposição, para ver DVDs que para ler :P ).

A outra adaptação que estou mortinha por ver é a série A Game of Thrones, baseada então no primeiro volume das Crónicas de Gelo e Fogo do George R.R. Martin. Li os 4 volumes (correspondentes aos 2 volumes originais) e tenho adiado a leitura dos outros 4 (mais uma vez correspondendo a 2 volumes originais) porque o autor parece que não se decide a publicar o quinto volume, A Dance with Dragons. Até me pergunto se não será táctica para distrair os fãs, mas é inegável que o meu interesse na série é grande. Para começar, a história tem todos os ingredientes que procuro e tem personagens riquíssimas, que amamos ou odiamos. Além disso, a adaptação conta com alguns dos meus actores preferidos, Sean Bean por exemplo, e é sempre bom vê-los actuar. :P

5 comentários:

Célia disse...

É raro achar que um filme/série faz jus ao livro em que se baseia, e mais raro ainda achar que é superior à obra escrita. Porque, para além de os livros serem normalmente mais ricos, permitem que cada um olhe e interprete a história à sua maneira. Um filme ou série é sempre, em maior ou menor grau, fruto da interpretação de alguém face ao que leu. Dá mais trabalho ler o livro? Sim, mas também acho mais recompensador :)

Telma T. disse...

Eu tive com o Lolita a situação em que gostei de tanto do livro como da adaptação mais moderna para cinema (a primeira, feita pelo Kubrick é muito monótona). Mas normalmente, por uma razão ou outra prefiro sempre os livros. Facto é, e que apontas e bem, que muitas destas adaptações me levaram a ler os livros que provavelmente de outra forma nunca teria conhecimento deles.
Ah, e devo ser a única pessoa que neste mundo que não gostou do Stardust. Vi-o no cinema e achei-o tão mau...

Bia Carvalho disse...

Também adoro adaptações, mas na maioria das vezes ou me decepciono com o livro ou com o filme!
Tirando Harry Potter que eu amei os filmes e os livros são ainda melhores!

Bjs

Ana C. Nunes disse...

Concordo com tudo o que dizes sobre adaptações. Também foi recentemente que comecei a prestar mais atenção ao facto de um filme ou série ser ou não baseado num livro, e fico sempre surpreendida com o facto de quase todos os serem (especialmente os filmes). Se calhar são os meus gostos. :)
Tenho muita curiosidade em relação às duas séries que mencionaste, mas tenho pensamentos diferentes sobre as duas. O "Pilares de Terra", queria ler o livro antes de ver a série, mas já o "A guerra dos Tronos", não me importo de ver primeiro a série. Não sei bem porquê, mas é isso que sinto.
Essa ideia de ir lendo à medida que se vai vendo é boa. Se calhar vou experimentar.

Também gostei bastante do filme "Stardust" confesso não ter muita pressa em ler o livro. Já li um livro do autor e não fiquei grande fã, embora lhe veja muita imaginação, simplesmente a escrita não em cativou.
Outra adaptação que gostei muito foi a "The bridge to Terabithia". Não estava à espera de gostar, mas o final apanhou-me de surpresa, só que sei que se ler o livro, já não vou gostar tanto porque o que me fez gostar do filme foi a "reviravolta final", e sabendo de antemão o que é, perde-se muito. Mesmo assim, o livro está cá em casa para ler pois não consigo negar-me a isso.
Claro que só falei neste pelo caso "diferente", mas há excelentes adaptações e eu tento sempre vê-las um pouco à parte dos livros, caso contrário sei que não vou conseguir desfrutá-las tanto quanto, possivelmente, merecem.

WhiteLady3 disse...

Canochinha, até concordaria contigo não tivesse já lido coisas como The Jane Austen Book Club ou a série North and South do John Jakes. O primeiro achei o livro uma perda de tempo e que as personagens estavam bem melhor aproveitadas no filme. O segundo é um exemplo de muita palha e tinha pouca paciência na altura para ler aquilo, pelo que achei que a série estava muito melhor, cingindo-se ao mais apelativo e sem uma quantidade astronómica de personagens. :P E sim, o livro dá trabalho e, quando bem feito, é extraordinariamente recompensador. :D

Telma, eu até gostei da do Kubrick! A mais recente não vi mas não adormeci a ver a versão do Kubrick e para mim já foi uma pequena vitória pessoal. :D

Ana, também vi o filme e adorei e realmente saber o final parece-me que pode tirar algum valor ao livro. Aconteceu-me isso com o Of Mice and Men. Já tinha visto o filme quando li o livro e o final não teve tanto impacto. Ainda assim gostei de o ler já que ao ver o filme não me tinha apercebido da solidão das personagens nem da força que os sonhos lhes davam. ;)

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