25 de março de 2010

Flashforward

Autor: Robert J. Sawyer
Género: ficção científica
Editora: Saída de Emergência | Nº de páginas: 284
Nota: 4/5

Resumo (do livro): O que faria se tivesse um vislumbre trágico do seu próprio futuro? Tentaria mudar as coisas, ou aceitaria que o futuro é imutável?

Em
Flashforward, é iniciada uma experiência científica que conduz ao inesperado: o mundo inteiro cai inconsciente por instantes e todas as mentes são projectadas vinte anos no futuro. Quando a humanidade desperta, o caos impera por todo o lado: carros arruinados, cirurgias falhadas, quedas, destruição em massa e um elevado número de mortes.

Mas esse é apenas o início. Passado o choque das visões, cada indivíduo tenta desesperadamente evitar ou assegurar o seu próprio futuro vislumbrado… Expondo as perspectivas de várias personagens, Robert J. Sawyer realiza uma brilhante reflexão filosófica sobre viagens no tempo, consciência, destino e o que significa ser humano.


Opinião: Desde o Verão, em que vi ser anunciada a série, que fiquei curiosa quanto ao livro. Infelizmente não me tem sido possível seguir a série, que volta ao ar hoje dia 25 de Março, já que cá por casa impera a lei da posse do comando e raramente sou eu que o tenho. Por isso foi com grande satisfação que o vi ser publicado pela SdE, ainda que com o Joseph Fiennes na capa, actor de que não sou particularmente fã. :P

Ainda que diferente da série, pelo que me foi dado a conhecer, o livro começa igualmente com um desmaio global em que todos os habitantes do planeta, durante quase 2 minutos, têm um vislumbre da sua vida daí a cerca de 21 anos. Quer dizer, todos não já que Theo Procopides, um dos protagonistas, não vê nada… já que daí a 21 anos estará morto. Quer isto dizer que o futuro está escrito? Não teremos livre-arbítrio? É sobretudo em torno destas questões que gira o livro, apresentando-nos algumas teorias interessantes que já conhecia, como a do Gato de Shrödinger, e outras que não fazia ideia existirem, caso do Universo em Bloco ou o Cubo de Minkowski.

No que toca a personagens, estas são muito básicas, estereotipadas, mas perfeitas para este tipo de livro. Foi fácil relacionar-me com elas, ainda que tenha achado Simcoe algo arrogante. Gostei de ver alguns acontecimentos futuros, como o final da monarquia em Inglaterra, e achei curioso a acção passar-se em 2009 quando o livro foi escrito em 1999, sobretudo porque foi em 2008/2009 que o LHC do CERN começou a trabalhar (recordo-me do meu irmão dizer que vinha aí um novo Big Bang… mas felizmente nada aconteceu :P ). E por fim, apesar de ter sido um pouco difícil adaptar-me à grafia do novo Acordo Ortográfico tal como aconteceu a Slayra, tenho de salientar a escrita fluida e bastante acessível do autor (e o trabalho da tradutora), mesmo no que toca à Física por detrás do flashforward. Reconheço-me ignorante no que à Física diz respeito e temia que isso dificultasse a minha leitura, mas tal não aconteceu sendo todos os assuntos, como o Bosão de Higgs, explicados de forma bastante simples e fácil de compreender. A parte filosófica também é fácil de acompanhar, até porque penso que já todos nós, num momento ou noutro, tivemos as mesmas dúvidas. Foi uma surpresa ver a teoria que também defendo explicada no livro, já que muitas vezes não me consigo expressar de forma conveniente e agora posso apontar estas passagens do livro.
– Recorda-me a história de Um Conto de Natal, do autor inglês Charles Dickens. A personagem Ebenezer Scrooge teve uma visão do Natal Que Está Para Vir, na qual os seus atos tinham resultado em desgraça para muitas outras pessoas, e em si próprio sendo odiado e desprezado na morte. Claro que ter uma visão destas seria uma coisa terrível – se fosse a visão de um único futuro real e imutável. Porém disseram a Scrooge que não, o futuro que ele vira era apenas a extrapolação lógica da sua vida, caso ele continuasse a viver daquela maneira. Poderia mudar a sua vida, e as vidas dos que o rodeavam, para melhor; aquele vislumbre do futuro revelara-se uma coisa maravilhosa.
Claro que nem todos podemos ver o futuro, mas dá para termos mais ou menos uma noção do que nos vai acontecer amanhã se tomarmos as escolhas que normalmente tomamos. Daí que fazer algo de extraordinário, seja porque decidimos fazer alguma coisa fora do comum ou porque algo incomum nos acontece (afinal a liberdade de cada um acaba quando começa a do outro e há muitos acontecimentos que estão fora do nosso controlo), seja de certa forma mudar o futuro. Eu tenho a noção de que se não tivesse feito algumas escolhas, de momento talvez não me encontrasse na situação que estou hoje…

Mas voltando ao livro, confesso-me algo desiludida com a parte final mas para uma segunda incursão na ficção científica, desta vez adulta e não orientada para público jovem-adulto como aconteceu com Scott Westerfeld, foi também bastante satisfatória e fiquei sedenta por mais livros deste género. Fiquei sobretudo interessada numa série deste autor denominada Neanderthal Parallax (vá-se lá saber porquê *assobia casualmente*), pelo que se souberem mais alguma coisa desta série ou de outros livros do género, estou aberta a sugestões.

22 de março de 2010

Romancing Mister Bridgerton (Bridgertons, Livro 4)

Autor: Julia Quinn
Género: romance histórico
Editora: Avon Books | Nº de páginas: 370
Nota: 5/5

Resumo (do livro): Penelope Featherington has secretly adored her best friend’s brother for… well, it feels like forever. After half a lifetime of watching Colin Bridgerton from afar, she thinks she knows everything about him, until she stumbles across his deepest secret… and fears she doesn’t know him at all.

Colin Bridgerton is tired of being thought nothing but an empty-headed charmer, tired of neverending sameness of his life, and, most of all, tired of everyone’s preoccupation with the notorious gossip columnist Lady Whistledown, who can’t seem to publish an edition without mentioning him in the first paragraph. But when Colin returns to London from a trip abroad, he discovers nothing in his life is quite the same – especially Penelope Featherington! The girl who was always simply… there is suddenly the girl haunting his dreams. But when he discovers that Penelope has secrets of her own, this elusive bachelor must decide… is she his biggest threat – or his promise of a happy ending?


Opinião: Mais uma excelente recomendação da Slayra. Em conversa havia-lhe dito que queria romances leves que ela tivesse gostado e em resposta trouxe-me este. E é assim que descobri mais uma autora a seguir. É verdade que já tinha lido muitas críticas de livros da Julia Quinn (sobretudo no blog da Julie que me apresentou à série Outlander da Diana Gabaldon) e essas críticas suscitaram a minha curiosidade, no entanto não a suficiente para que alguma vez adquirisse os livros, mas agora quero ler mais!

Sendo o quarto volume de uma saga familiar, há relações descritas que percebemos terem sido desenvolvidas nos livros anteriores, mas isso não estraga a leitura, abre antes o apetite para ler os livros precedentes. Este volume centra-se no terceiro filho Bridgerton, de seu nome Colin, e em Penelope Featherington, desde sempre apaixonada por ele mas que se resignou a ficar para tia (uma spinster, uma wallflower). E é assim, parecendo-lhe que nunca será escolhida por ninguém, que começa a “desabrochar” por assim dizer e a revelar a sua verdadeira pessoa, o que cativa Colin. Mas ambos têm segredos que podem comprometer a sua relação.

O que mais tenho a destacar é o humor deste livro. Desde a cena inicial, em que Penelope conhece Colin, às personagens como Lady Danbury, todo o livro é hilariante. Tem também um pouco de mistério, sobretudo no que toca à identidade de Lady Whistledown autora de uma coluna social também ela engraçada, mas confesso que descobri a identidade muito cedo, e prepara o próximo livro que tem como personagem principal Eloise, que durante este livro aparece quase sempre de forma enigmática com tinta nas mãos para desaparecer misteriosamente no final. As personagens são interessantes e é fácil simpatizar com elas e sentirmo-nos no seu lugar, o desenvolvimento da relação entre elas é credível e agradável de seguir. Não podemos deixar de torcer por pelo par principal, ainda que aqui e ali tenham desentendimentos já que Penelope se mostra uma mulher decidida tentando levar a sua avante nalgumas situações.

No todo é um belíssimo romance, possivelmente a reler vezes sem conta.

14 de março de 2010

Guilty Pleasures (Guilty Series, Livro 1)

Autor: Laura Lee Guhrke
Género: romance histórico
Editora: Avon Books | Nº de páginas: 384
Nota: 4/5

Resumo (do livro): Every woman has her Guilty Pleasures

For prim and shy Daphne Wade, the sweetest guilty pleasure of all is secretly watching her employer, the Duke of Tremore, as he works the excavation site on his English estate. Anthony hired Daphne to restore the priceless treasures he has been digging up, but it’s hard for a woman to keep her mind on her work when her devastatingly handsome employer keeps taking his shirt off. He doesn’t know she’s alive, but who could blame her for falling hopelessly in love with him anyway?

Anthony thinks that his capable employee knows all there is to know about antiquities, but when his sister decides to turn the plain young woman in gold-rimmed glasses into an enticing beauty, he declares the task to be impossible. Daphne is devastated when she overhears… and determined to prove him wrong. Now a vibrant and delectable Daphne has emerged from her shell, and the tables are turned. Will Anthony see that the woman of his dreams has been right there all along?


Opinião: É verdade, como o resumo diz todas as mulheres têm um prazer proibido, o meu é ler este tipo de romances. Podem não ser a 8ª maravilha do mundo, podem não puxar pela nossa cabeça ou alimentar o intelecto, mas se há uma coisa que eles têm de bom é o facto de me fazerem esquecer os problemas que me rodeiam e darem-me um final feliz. Sim, eu contento-me com pouco. :P

Este livro é o primeiro que leio da autora e chegou-me, mais uma vez, por intermédio da Slayra. Pedi-lhe emprestado alguns romances de que ela tivesse particularmente gostado e este foi um dos aconselhados. Inaugura também a Guilty Series, até agora composta por 4 livros, mas não é necessário lerem-se todos já que o único ponto de contacto são os personagens. Por exemplo, este livro foca-se na relação entre Daphne e Anthony, mas conhecemos também (ainda que muito ao de leve) Dylan, um compositor que é grande amigo do protagonista, e Viola, irmã do protagonista, que tomam a liderança no segundo e terceiro livros, respectivamente.

Mas voltando ao livro em questão… Daphne, uma inteligentíssima antiquária que se vendo órfã e sem conhecimentos na Inglaterra (tendo passado toda a sua vida no Médio Oriente), trabalha para Anthony, Duque de Tremore, que se encontra a realizar escavações arqueológicas na sua propriedade. Daphne depressa se apaixona pelo patrão, tendo a perfeita noção de que não é correspondida, mas não pensava era que fosse tão insignificante aos seus olhos. Após ouvir, por acidente, uma conversa entre o Duque e a sua irmã, decide aceitar a proposta que aquela lhe havia feito antes, ser apresentada ao círculo social londrino, e mudar radicalmente a sua pessoa. Anthony, confrontado com a súbita mudança de Daphne e desejando que ela fique para trabalhar nos artefactos encontrados, tenta então de tudo para a manter junto de si. O resto da história é fácil de adivinhar…

Como diz a Slayra, isto é uma espécie de brain candy, mas é bom! Adorei os pormenores referentes à escavação, mas sobretudo o diálogo e a construção da relação entre as personagens, mesmo que o fim seja previsível. É fácil vermo-nos na pele da protagonista (arqueóloga, yay!) e temos um alpha male, musculado e tal, mas mesmo assim sensível e desejando fazer o correcto segundo as normas da época. O último terço do livro pareceu-me um pouco mais chocho, mas mesmo assim correspondeu às minhas expectativas e recomendo-o para um dia mais cinzento (em termos de humores) ou para um dia de sol, na praia. :)

10 de março de 2010

Blood and Chocolate [áudio-livro]

Autor: Annette Curtis Klause; Alyssa Bresnahan (narradora)
Género: fantasia urbana
Editora: Digital Audio | Nº de páginas: -
Nota: 1/5

Resumo (do site Goodreads): Sixteen-year-old Vivian Gandillon is trying to fit in to her new home in the suburbs, which isn’t easy since she and her family are werewolves. When she falls in love with a human, she must sort out her loyalties.

Opinião: Tenho de começar a ler mais críticas e informações antes de partir para a leitura de alguns livros, e muito menos devo basear as minhas ideias em trailers de filmes. Ao pegar neste áudio-livro pensei que ia encontrar uma coisa bastante diferente do que acabei por encontrar: um género Crepúsculo com lobisomens.

Tomei conhecimento desta obra ao cruzar-me com os trailers do filme, pelo que esperava que fosse algo do género Underworld, mas estava enganada. As personagens não são adultas, como dava a entender o filme, mas antes adolescentes, sendo que seguimos a história de Vivian, uma “lugaru” ou lobisomem (ou será lobimulher?) que se apaixona por um humano. Vemos então a sua luta interior já que se deseja ser normal, ela também não consegue colocar de lado a sua natureza animal que a faz sentir-se livre e bela. Isto até podia ser interessante, não fosse a maneira como a história é conduzida.

Quase todo o livro se centra na sua paixão por Aiden e na típica vida de adolescente, não sendo por isso de estranhar que a personagem seja egocêntrica e arrogante. Vivian fala de como é difícil ser o que é, de como gostaria de se mostrar a Aiden. Desta maneira o livro arrasta-se suscitando pouco interesse. Quando se decide revelar, Aiden não tem a reacção que ela estava à espera (felizmente nem toda a gente é como a Bella “és um ser que me quer matar de modo a deleitares-te no meu sangue, isso é tão fixe e agora estou irremediavelmente apaixonada por ti!!!”) e apesar de tudo ela não desiste dele e torna-se quase numa stalker, sendo que chega a entrar e parte o quarto da moça pela qual Aiden começa a interessar-se. Aqui não é presa porque o recém-eleito chefe da matilha, Gabriel (que havia andado enrolado com a mãe de Vivian mas que mostra também interesse na protagonista), lhe fornece um álibi dizendo à polícia que ele, um homem de 24 anos, estava com ela, uma jovem de 16/17 anos, a fazer muito barulho que o vizinho debaixo pode confirmar (pelo que subentendo que ele estava a querer dizer que estiveram a fazer sexo a noite toda) e a polícia vai-se embora. Ao ler esta parte ocorreram-me as palavras creepy e pedofilia! Yuck também me veio à cabeça.

Mas isto não é tudo, já que também começam a aparecer vítimas de lobos, pelo que a matilha, temendo pela sua segurança, decide investigar. Claro que Vivian sente-se como sendo a causa dessas mortes, até porque não se lembra muito bem do que fez nas noites em que as mortes ocorreram, e decide pôr termo à própria vida até que aparece o príncipe encantado, não num cavalo branco mas dentro de pele de lobo, que a salva da fogueira. Ou seja, de um momento para o outro o tipo que ela desprezava é aquele que a completa e fazem sexo (ao estilo BDSM) como nunca fizeram antes…

Pergunto-me como é que consegui ouvir este áudio-livro até ao fim.

8 de março de 2010

Writer’s Block

Iniciei a minha vida nesta auto-estrada na informação através de fóruns ou message boards. Ainda hoje frequento alguns, quase todos relacionados com livros, mas depressa senti vontade de me expressar sobre outros temas e foi assim que conheci o LiveJournal.

Hoje em dia não o uso com tanta frequência, sobretudo porque a maioria das pessoas que por lá anda (ou pelo menos com que me cruzo) falam inglês e, convenhamos, há dias em que já é complicado entender ou expressar convenientemente ideias em português, quanto mais numa segunda língua. Mas mesmo assim gosto de dar um pulinho de vez em quando, mais não seja por achar que o conceito consegue ser mais interessante que o do Blogger. Interessante também é uma aplicação denominada “Writer’s Block”.

Esta aplicação consiste em perguntas diárias que qualquer utilizador pode responder, ajudando a acabar com o tal bloqueio de autor, quando queremos falar sobre algo mas não sabemos bem o quê, suscitando algumas discussões interessantes e permitindo mesmo conhecer um pouco mais as pessoas com quem travamos conhecimento por essa internet fora.

E porque vem isto à toa? Ontem a pergunta era a seguinte:
Is there any book you can read over and over again without ever getting sick of it? Do you discover something new every time you read it?

E assim participei, pela primeira vez, no “Writer’s Block”. E agora partilho aqui a minha resposta:
Harry Potter series. It's true! I must have read the first 3 books about 4 or 5 times and the others at least 2 times. I just love the writing, the story, how you see the characters grow, the humour... I never get tired of them or talking about them.

Then, The Count of Monte Cristo by Dumas. Only read it a couple of times but is one I constantly think about reading if nothing else seems to please me.

Gosto de muitos livros mas estes são os dois (na verdade oito mas vou contar a série HP como sendo um livro só) aos quais volto com alguma regularidade, ainda que O Conde de Monte Cristo seja mais complicado de reler por ser um grande livro (não só em termos de tamanho mas de história, personagens, não é por acaso que é um clássico e, dos clássicos que já tive oportunidade de ler, é o meu favorito) e suscitar um maior esforço da minha parte (sim, porque eu só consigo ler determinado tipo de livros quando estou com espírito para eles). A cada releitura destes livros descubro um ou outro pormenor que me tinha passado ao lado, a cada releitura surpreendem, a cada nova releitura fazem-me rir e chorar tal como o havia feito na primeira vez em que lhes peguei. Se os livros são amigos, estes são os meus melhores amigos, aqueles com que sei que posso sempre contar.

Podem ler mais respostas a esta pergunta aqui e ver mais perguntas aqui.

7 de março de 2010

Guinevere, O Cavaleiro do Lago Sagrado (Trilogia Guinevere, Livro 2)

Autor: Rosalind Miles
Género: romance histórico
Editora: Planeta Editora | Nº de páginas: 392
Nota: 3/5

Resumo (da capa): Última numa linhagem de orgulhosas Rainhas, eleitas para governar as terras férteis do País do Verão; guardiã da Deusa Suprema de Avalon.

Guinevere, o Cavaleiro do Lago Sagrado.

Sir Lancelote do Lago, o grande cavaleiro da Távola Redonda, amou a rainha guerreira das ondulantes brisas de Avalon que assiste aos feitos heróicos de Artur, o novo Rei Supremo. Com uma magia rara e intuitiva, a célebre romancista e historiadora inglesa, membro da Royal Society of Arts, Rosalind Miles traz-nos o fruto de anos de investigações sobre as Lendas e a sabedoria Célticas, conferindo brilhantemente vida à época dessa mulher gloriosa e lendária, Guinevere a Rainha de Avalon que governou um reino verdadeiramente antigo.

Opinião: Razoavelmente mais interessante que o primeiro volume, ainda assim não conseguiu satisfazer-me tanto como esperava sobretudo devido às personagens, que de um livro para o outro não sofrem qualquer tipo de alteração, mantendo-se longe do que esperava delas. Morgana continua a ser a mais interessante, Merlin anda perdido por todo o livro, Arthur parece um boneco que só ali está para haver um rei nesta história, Guinevere e Lancelot são irritantes como tudo. Estas são as personagens mais chatas deste livro, onde andamos quase 400 páginas num ciclo que se repete ad infinitum: Guinevere expulsa Lancelot, Lancelot vai-se embora, ambos choram por estar longe um do outro, Guinevere quer que Lancelot regresse, Lancelot regressa, Guinevere acusa-o de a trair com outras donzelas, Lancelot defende-se da acusação, Guinevere não acredita, Guinevere expulsa Lancelot… e por aí adiante.

A história continua a ser algo previsível, sobretudo no que toca ao mito arturiano, mas estou a gostar bastante da trama secundária, sobre as relíquias de Avalon que a Igreja Romana quer roubar e tomar para si como sendo as Relíquias Sagradas de Cristo. Afirmo mesmo que este livro só vale por essa parte da história, já que, como disse, o resto é algo previsível.

Ainda sem me conseguir prender, é com um pouco mais de entusiasmo que espero pegar no último livro (entusiasmo esse que não é o suficiente para lhe pegar logo de seguida) e ler o desfecho.

1 de março de 2010

O Quarto Mágico

Autor: Sarah Addison Allen
Género: romance
Editora: Quinta Essência | Nº de páginas: 278
Nota: 4/5

Resumo (da badana): Três mulheres inesquecíveis moram numa cidade especial onde tudo, ou quase tudo, pode acontecer: Josey, a viciada em doces, esconde um segredo no roupeiro; Della Lee, a fugitiva, tem uma costela de Némesis e duas de fada madrinha; e Chloe, a apaixonada pela leitura, é perseguida por livros.

Josey Cirrini tem a certeza de apenas três coisas na vida: o Inverno é a sua estação preferida; está perdidamente apaixonada pelo carteiro; e um doce sabe muito melhor quando degustado na privacidade do seu esconderijo secreto. Enfrentando uma vida entediante, o seu único consolo é a pilha de doces e romances a que se entrega todas as noites... Até que descobre que no roupeiro se esconde nada mais nada menos que Della Lee Baker. Fugindo a uma vida de má sorte, Della Lee ajudar Josey a mudar de vida. E, em breve, a jovem renunciará às guloseimas e descobrirá que, mesmo sem elas, a vida pode ser doce.

Influenciada por Della Lee, Josey trava amizade com Chloe Finley, uma jovem que é perseguida por livros que surgem inexplicavelmente nos mais variados lugares e com uma resposta para quase tudo.

À medida que Josey se atreve a sair da sua casca, descobre um mundo onde a cor vermelha tem um poder surpreendente e o amor pode surgir em qualquer altura. E isso é só o início…


Terna e com um toque de magia, esta é uma história encantadora sobre a amizade e o amor — e sobre as surpreendentes e mágicas possibilidades que cada novo dia nos reserva.

Opinião: Bastantes críticas positivas, sobretudo as da Canochinha (podem encontrar uma pequena crítica a este livro no fórum Estante de Livros), no que toca a esta autora fomentaram a minha curiosidade e digo desde já que foi uma árdua tarefa conseguir pôr as minhas mãos num exemplar. Primeiro, porque já não os encontro nas livrarias (também se pode dar o caso de capas mais atractivas, ou seja com menos floreados, me chamar a atenção em detrimento dos 2 livros desta autora), e segundo, porque nas BLX há sempre uma fila de reserva enorme. As minhas reservas já expiraram por 2 vezes e espero que seja à 3ª que O Jardim Encantado chegue finalmente às minhas mãos. O mais engraçado é que tem uma reserva expirada vai para cerca de uma semana (pelo menos que me tenha dado conta) mas passar à próxima pessoa da lista está quieto!!! Por isso, quando a simpatiquíssima Slayra teve a bondade de me emprestar O Quarto Mágico eu aproveitei, está claro!

Este livro conta a história de 3 mulheres que se encontram, de certa forma, ligadas entre si. Josey é a que tem maior destaque, tanto que dá o nome ao livro no original – The Sugar Queen – que me parece bastante mais indicado, e fofo, do que o título que escolheram em português, já que Josey tem um armário cheio de doces, romances cor-de-rosa e revistas de viagem, que constituem o escape à sua vida monótona a tomar conta de uma mãe ressentida. Della Lee é elemento que tira Josey da sua vida recatada e leva-a a conhecer Chloe, que foi traída pelo namorado e que tem um poder mágico que, julgo, muitas leitoras gostariam de ter.

É bastante fácil relacionarmo-nos com as personagens e as suas histórias. Li por várias vezes que se tratava de um romance mágico e, como adepta de fantasia e contos de fada, imaginei uma logo uma história com fadas madrinhas e ratinhos que se transformavam em cavalos e que puxavam um coche feito de uma abóbora, ou bruxas malvadas que enfeitiçavam donzelas com maçãs envenenadas. Claro que estava errada já que a magia aqui é bastante subtil, revelando-se sobretudo nos pequenos detalhes. Adorei, por exemplo, como os encontros de Chloe e do ex-namorado influenciavam o mundo à sua volta.

Queria dar-lhe um 5 mas a previsibilidade nalgumas situações tira-lhe algum brilhantismo. Mas é um romance bastante fofo, e mesmo guloso, que nos deixa com um quentinho no coração, ideal para ler naqueles dias em que nos sentimos um pouco embaixo. Gostei tanto que apesar de o ter lido emprestado, penso em adquiri-lo, para reler vezes sem conta. :)

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