11 de novembro de 2012

007: Skyfall

Diretor: Sam Mendes
Baseado na personagem de Ian Fleming por Neal Purvis, Robert Wade e John Logan
Atores: Daniel Craig, Judi Dench, Javier Bardem

Mais informação técnica no IMDb.

Quando e onde o vi: 27/outubro no cinema.

Opinião: Adoro Bond, James Bond. Desde que me lembro que vejo os filmes deste agente do MI6 na televisão e fui algumas vezes ao cinema. Lembro-me melhor dos filmes do Roger Moore, que costumava ser o meu Bond favorito mas só agora é que vejo o rídiculo de alguns filmes (que ainda assim adoro) desta época, depois vem Pierce Brosnan (não me lembro assim tão bem dos do Timothy Dalton) e o excelente “GoldenEye” com o Sean Bean e a melhor música de todos os Bonds para mim, já os restantes filmes são um bocadinho para esquecer, até que chegamos a Daniel Craig. Quando ele foi escolhido torci um bocadinho o nariz, mas só até ver o trailer de “Casino Royale”, e fiquei rendida após ver o filme. Foi o melhor filme Bond para mim... até este “Skyfall”.

Este foi o segundo Bond que vi com Craig no papel principal, só vi o “Quantum of Solace” depois deste, depois de me terem assegurado que não havia qualquer tipo de ligação entre os dois filmes, ao contrário do que aconteceu do “Casino Royale” para aquele, e as expetativas não eram muitas, sobretudo porque tinha ouvido como “Quantum of Solace” tinha desiludido (e vim a comprovar depois). Os trailers também davam a imaginar uma história bem diferente da que acabamos por ter: uma história dramática, que acaba por explorar mais a personagem de M enquanto nos mostra um pouco do passado de James Bond, enquanto serve de homenagem tendo passados 50 anos da primeira transição ao cinema desta personagem. No final, este filme acabou por ser dos mais gratificantes que vi este ano.

O filme leva o seu tempo a construir a narrativa, a primeira parte serve exatamente para isso e, confesso, estava a deixar-me algo desiludida, ainda que haja cenas muito boas e a história seja interessante, mas acaba por deixar uma pessoa algo à nora, sem saber muito bem o que está para vir dali. Mas tudo isso muda quando o vilão Silva (Javier Bardem) entra em campo. A cena em que ficamos então a saber o que move Silva é excelente, não só pelos laivos de homoeroticidade que por ali andavam, mas também por me fazer lembrar a cena da tortura em “Casino Royale”. E este relembrar de filmes anteriores é constante: quando Bond luta em Xangai e existe um jogo de luzes com néons à mistura fez-me lembrar os vários créditos iniciais de filmes deste franchise; o saudoso Aston Martin DB5 (o único carro Bond que consigo nomear para além do BMW X3) que quase me fez guinchar “GOLDFINGER!” e que causou um “OMD! *gasp*” coletivo na sala de cinema; o facto de Bond viajar até à sua mansão na Escócia, que me fez lembrar imediatamente de Sean Connery; o que o final nos apresenta e não vou dizer aqui porque acabou por ser uma surpresa mas sobretudo um *facepalm* do tipo “eu devia ter percebido quem ela era!” apesar de ter adivinhado a outra surpresa, digamos assim.

Se por um lado há um revisitar, um lembrar do passado, também há a questão do futuro. Numa época em que muitos dizem “mais um filme de espiões, um filme do Bond, para quê?”, vemos as próprias questões serem debatidas no filme, seja no diálogo entre Q e Bond, ou mesmo com Silva. No entanto, o ponto alto deste debate é, a meu ver, atingido quando M defende a sua organização, e a existência de espiões como 007 (ou até filmes como este), num inquérito frente a ministros.

Todos vão muito bem nos seus papéis, Craig e Judi Dench como acontecera em filmes anteriores, Bardem não será um vilão memorável mas acaba por ser um vilão daqueles que gosto, ou seja levemente demente, Ben Wishaw é um Q diferente do que estava habituada mas ainda assim a primeira troca de palavras com Craig fez-me rir. Não tendo nada haver com isto, e suscitado pela minha temporada Shakesperiana, houve um momento de fangirlismo algo histérico quando a meio do filme apercebi-me que Ben Wishaw e Rory Kinnear estavam a atuar juntos e do mesmo lado da barricada, ao que ia gritando “OMD! Bolingbroke e Ricardo II a trabalhar lado a lado!!!” Eu sei, devia arranjar uma vida... *I regret nothing!*

Devo dizer, no entanto, que fiquei um pouco chateada com uma parte, apesar de fazer sentido, acho que havia outro fim possível. E vai daí talvez não... O certo é que este filme acaba por ser um excelente filme Bond mas mais que isso, um excelente filme.

Já agora, podem ler outras críticas no SplitScreen e em Tor (com spoilers).

Veredito: Para ter na estante. Mas vai daí eu quero ter todos os filmes do franchise. No entanto, imagino-me a rever este filme, assim como “Casino Royale” por serem mais que filmes de ação ou espionagem. Há desenvolvimento de personagens, ainda que estas protagonizem e tenham sido protagonizados por tantos outros atores em inúmeras histórias. São estes filmes que me permitem dizer que conheço o agente 007 e que mostra como se pode reinventar uma série que muitos consideram gasta. Eu acho, pelo contrário, que tem muito mais para dar.

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